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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

é de jijoca pra jeri, ouuuuuuuu

Dentre as versões para o significado da palavra Jericoacoara, proveniente do Tupi-Guarani, destaco as mais relevantes de acordo com o pai dos burros da era digital: "morada das tartarugas" e "lugar onde os jacarés dormem". É provável que a primeira seja a correta, pois ela aparece mais bem localizada quando a busca é feita no Google. Não vi jacarés, muito menos tartarugas, na minha primeira viagem até esse paraíso cearense, brasileiro e, porque não, do mundo inteiro.

Jeri, para os íntimos, foi eleita diversas vezes a praia mais bonita do Brasil. Recentemente o jornal americano The Washington Post a colocou no hall das 10 mais do mundo. A aclamação por um veículo de mídia estrangeira combina bastante com o cenário que vemos quando pisamos lá na pontinha nordeste do Brasil. Italianos e espanhóis dominaram o lugar, ou melhor, compraram a vila. Uma das formas de obter cidadania brasileira é através de investimento, parece que os latinos do velho mundo entenderam bem essa idéia. Eles estão em praticamente todas as pousadas, restaurantes e não é difícil vê-los pilotando seus próprios mono-motores ou despachando nas prefeituras municipais da região.

Jeri também é o epicentro global do kitesurf. Em época de pouco vento (primeiro semestre), você se pergunta como é possível ventar mais. Amantes do wind e do kite de todos os cantos do mundo rumam pro litoral cearense todo ano atrás do melhor vento. Esportes na água são, por natureza, fascinantes. O contato com ela, a mãe Natureza, é profundo, intenso e prazeroso. É fácil encontrar no ClubVentos (clube de windsurf local) senhores e senhoras com 60 ou até mesmo 70 anos praticando o melhor esporte de todos, viver intensamente a vida, um brinde ao pôr do sol!



Jeri é uma vila localizada a aproximadamente 300km da capital Fortaleza, sendo que os últimos 30 ou 40km são de areia. Tendo o sudeste do país como ponto de partida, é uma viagem tão longa quanto voar até o velho mundo. Chegando ao aeroporto Pinto Martins, você tem algumas opções: 1. Contratar um transfer em 4x4; 2. Pegar ônibus e depois jardineira. 3. Alugar um carro e contratar um nativo pra guiá-lo na parte final do trajeto. A mais barata é a opção 2, que leva aproximadamente 7 horas. A mais cara é a opção 1, que leva 4h30. A opção 3 não é recomendada devido ao risco do barato sair caro. As locadoras de veículos mantém fotógrafos na vila com o intuito de fazer você cumprir com o contrato de locação, que explicitamente menciona a proibição de meter o carro na areia. O ideal é contratar um 4x4, principalmente se o grupo for de 4-6 pessoas.

Essa grande distância da civilização, ao que tudo indica, contribui muito para manter os ares rústicos que conferem charme à vila. Ruas de areia que só buggys, veículos com tração 4x4 e as legítimas havaianas encaram, culinária local que passa por galinha caipira, carne de sol e frutos do mar, além de hospedagem substancialmente em pequenas e acolhedoras pousadas garantem o descanso merecido das férias.

As inúmeras lagoas de água doce merecem um parágrafo a parte. As chuvas no primeiro semestre garantem a perpetuidade de oásis (como seria o plural disso?) que se formam no meio das dunas. Do paraíso, Tatajuba e do coração, pra citar as mais famosas. A do paraíso é a materialização da praia de água ddoce, com redes dentro da água e passeios de barco a vela. A do coração é realmente o que parece, um coração. Com água que mais parece Coca-cola, é também ótima opção para a primeira vez no sandboard.



No que toca gastronomia, a vila também apresenta seus encantos. Desde o típico ao refinado, passando por uma velha e boa pizza e um primoroso ceviche. "na casa dela" você encontra carne de sol, arroz de leite e manteiga de garrafa, mas cuidado, o lugar é infestado de sapos apesar de muito charmoso. No Chilli Beach, único na praia da malhada, o chef é escocês e a carta de vinhos bem variada. No Bistrogonoff, na rua do Café Brasil, a pedida é um camarão recheado com provolone que serve muito bem duas pessoas. O Tamarindo lembra o Figueira de São Paulo, com uma linda árvore integrando o salão, além de luminárias diferenciadas a base de garrafas de vinho. Independente da escolha, guarde um espaço para a famosa e deliciosa torta de banana da Tia Angelita.

Em tempo, não esqueça de apreciar a caminhada à Pedra Furada e de subri a Duna do Pôr do Sol. Ufa! Jeri é tudo isso e muito mais! Pra resumir e complementar palavras, nada melhor que "Cheguei Jeri", de Sérgio Duá - http://www.youtube.com/watch?v=wk8jBDAXbJc

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ah, o Rio de Janeiro...

Difícil escrever sobre um lugar tantas vezes descrito em poemas, desenhado e estampado, versado em músicas e fotografado por lentes do mundo inteiro. Histórica, praiana e relaxada, assim é a cidade do Rio de Janeiro aos olhos desse que rascunha um simples texto. Um lugar abençoado pela natureza, correndo sério risco de ser pouca coisa pra descrever o que os olhos ali podem ver.

É triste perceber que a maioria dos brasileiros que não conhece o Rio tem medo de lá, sente calafrios com a simples menção ao tão belo nome que deram à cidade maravilhosa. Esse medo é aquele mesmo que você, morador de qualquer grande cidade do país, sente ao botar o pé na rua. "Imagina? Tá louco?", alguns acabaram de pensar, se não o falaram em alto e bom som. Apostaria que passam horas a fio em frente a televisão consumindo programas estilo Datena. Há muito tempo procuro assistir menos televisão, fruto da falta de tempo ou mesmo de outras prioridades quanto ao meio para obtenção de informações. Sortudo por padecer cada vez menos desse "mal", posso aproveitar sem ressalvas o que o Rio tem a oferecer.

Capital do Brasil Colônia, a cidade carrega muito da nossa história. Um passeio pelo centro, Paço Imperial, Igreja da Candelária, Confeitaria Colombo e você, além de admirado, terá conhecido um pouco mais sobre nós mesmos. Para fazer a transição entre o histórico e a praia, aproveitando que está no centro, faça o passeio de barco pela Baía de Guanabara. Além de uma linda vista da cidade, você complementará os conhecimentos históricos com interessantes detalhes pós chegada da corte portuguesa em 1808.

Cansou de história, do trabalho ou da mulher? A praia está sempre lá, pegue uma onda, dê um mergulho ou simplesmente sente na areia e peça Biscoito Globo e Matte. Existe praia badalada, com gente bonita e famosa, e também praia que a gente, mesmo com todos atributos possíveis, é um mero detalhe. Do Leme ao Pontal, como cantou um dia o saudoso Tim Maia, ou do Leblon ao Recreio na versão limitada do blogueiro, a orla carioca é estonteante.

Saia da praia e continue curtindo o Rio. Lagoa, Cristo, Pão de Açúcar, Jardim Botânico ou, se preferir, apenas caminhe em busca de uma casa de sucos, Sorveteria Itália ou do chopp do Bracarense. Não deixe, em hipótese alguma, de provar dois dos infinitos sabores do sorvete carioca: Queijo com goiabada e Torta Alemã. Anoiteceu? Esqueça a balada ou a boate, vá pra night em Ipanema ou na Urca.

Dentre essas e outras que me encantam no Rio, nenhuma supera o clima. Não aquele que você consulta no climatempo ou vê no mapa holográfico do Jornal Nacional. É o clima descontraído que um lugar com a geografia da cidade maravilhosa oferece. Correr na orla pela manhã, mergulhar ao meio-dia, surfar ao entardecer, por que não? Todo o necessário está ali, o mar, a praia, o astral, aproveite!

Rio, tão bonito, tão perto.