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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Tênis x Futebol

Nunca estudei profundamente os esportes que dão título ao post, é verdade. Também é fato que já pratiquei ambos por um bom tempo, mesmo que de forma totalmente amadora. Colecionei algumas medalhas de futebol na infância e belíssimos troféus de tênis na adolescência. Lembro especialmente de um deles, um vice-campeonato em meu primeiro torneio. Era feito em madeira, um corte desalinhado em um tronco volumoso, cuidadosamente envernizado e dotado de cordas em sisal para pendurar, com um mapa abrangendo oeste paranaense, leste paraguaio e norte argentino. Naquela noite fui derrotado por um menino argentino consideravelmente mais novo que eu, em solo paraguaio. Era o Mercosul ainda engatinhando.

Acompanho o Futebol há mais tempo que o tênis, por influência paterna e por ter conhecido a bola maior com menos idade. Meu interesse pelo futebol vem caindo ano após ano, talvez acompanhando a involução do próprio esporte. Poderia ter relação com a queda de produção do meu time de coração, mas tenho motivos de sobra para acreditar que não. Viradas de mesa, arranjo de jogos para beneficiar apostadores, compra de arbitragem, para ficar nos mais famosos esquemas que minaram o esporte recentemente. Não esquecendo de mencionar o aliciamento de menores, que embora não venha a tona na mídia esportiva, é o mais cruel deles.


O Tênis, em contra partida, é um dos esportes que mais evoluiu. A despeito da evolução tecnológica do material usado no vestuário, jogadores se transformaram fisicamente. Utilizam câmeras hiperbáricas para a recuperação pós-jogo. Se cuidam como profissionais que são, ou você já ouviu falar de algum tenista bêbado ou envolvido em escândalo no baile funk? O direito ao desafio em relação à marcação do árbitro foi outra cartada digna de um esporte superior. Aos que não entenderam a frase anterior explico: Os jogadores de Tênis têm um número de desafios ao árbitro permitidos por set, ou seja, podem desafiar e confirmar ou não a marcação via recurso eletrônico. Não chega a acabar com o fator sorte, que pode se apresentar de outras formas, mas por vezes evita que o resultado seja injusto. De forma simplista, armaduras vestem super-atletas em um campo de batalha eletronicamente monitorado.


Há ainda um outro aspecto a ser considerado, o individual versus o coletivo. Jogar Tênis é consideravelmente mais difícil que jogar Futebol. Se não bastasse a sensibilidade requerida no esporte das raquetes, você está sozinho, e isso pesa. Como relatou André Agassi em sua biografia: "Você está sozinho, e o cara mais perto de você tem como objetivo te destruir". Não há alguém para pedir ajuda, colocar a culpa ou compensar um dia de performance insatisfatória.


Arriscaria a concluir que o Futebol foi, e talvez sempre será muito dependente da paixão, que um dia pode acabar. O Tênis evoluiu, agregando ingredientes importantes e substancialmente profissionalismo, para que a chama da paixão pelo esporte fique cada vez mais viva.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Canadá

Uma vez tomada a decisão de passar sua lua de mel no Canadá, você certamente ouvirá: : "Canadá?", "Por que não vão para a Grécia?", "Vocês estão loucos?" e "O que vão fazer lá?". Todos com nariz retorcido, o semblante da descrença. Viajantes com relativamente experência e informação abundante não titubeam ou desanimam, embora fiquem incrédulos com o espanto alheio. Lugar diferente, exótico, com uma beleza ímpar e frio a ponto de ser possível montar em uma prancha de Snowboard praticamente o ano todo? Não restam muitas opções, para falar a verdade. Consulte um bom agente de viagens, daqueles que já estiveram lá, e comece a planejar.

O Canadá é um dos lugares mais exuberantes do mundo. Lagos, montanhas e muita neve convivem em perfeita harmonia, configurando uma beleza pouco comum aos olhos tropicais. Soma-se a isso a surpreendente hospitalidade de um povo aberto e vivido. Espera-se algo diferente de um país onde 80% da população vive em uma faixa de 200 km da fronteira com os Estados Unidos e, acredite, não é pela simpatia com os vizinhos norte-americanos. Os canadenses conhecem o mundo além da "América", alguns inclusive sabem onde ficam as históricas Tiradentes e Ouro Preto. São atenciosos a ponto de te assustarem com um "How can I help you?" míseros segundo depois que você abre o mapa no meio da rua ou observa um painel de localização no aeroporto.
Se não bastassem tantas qualidades, ainda cabe um toque francês na terra da Maple Leaf. Os franceses foram derrotados pelos ingleses em 1759, mas a derrota foi apenas militar e política, graças ao bom Deus. A província de Quebec é um pedaço da França na América do Norte. Montreal é, inclusive, a segunda maior cidade do mundo onde o francês é o idioma oficial. Garçons esforçados sofrem ao explicar a composição de um prato em inglês enquanto você contempla a Igreja de Notre Dame na praça à sua frente. Idioma, cultura e arquitetura dignas do velho mundo. Soupe à l´onion ajuda a equalizar a temperatura corporal em qualquer bistrô ou restaurante na Vieux Quebec ou Vieux Montreal.

Uma costa é verde e branca, cheia de lagos e os melhores Ski Resorts. A outra é francesa e cosmopolita. Ambas frias quando não gélidas, o Canadá é um destino perfeito para sua próxima viagem, mesmo que seja para celebrar sua lune de miel.