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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Um risoto pela primeira vez

Sempre gostei de jogar as partidas decisivas, sou muito competitivo. Certa vez um amigo, ao ver eu me posicionando para bater o último pênalti na final de um campeonato, me confessou depois que já havíamos levantado a taça: "Imagino como o Fatura está apreciando o momento!". Eu sinto, como qualquer ser humano, a pressão da decidir, de resolver. É uma linha tênue a que separa o sucesso e o fracasso, nesse caso um chute, uma defesa, um gol. Uma das primeiras vezes que fui a Belo Horizonte depois de mudar meu status no Orkut, passei por algo do gênero, quando conheci toda a família da Belinha em uma única tacada.

Na grande área da cozinha não poderia ser diferente. Recentemente venho enfrentando desafios frequentes na culinária para satisfazer minha exigente cliente, é verdade. Não menos verdade é meu fascínio pela culinária e por desafios, foi como juntar a fome com a vontade de comer. Depois de algumas boas investidas no meu retorno ao comando de um fogão, chegou a hora de encarar um risoto. Um prato que, não sei bem o motivo, sempre achei de complexo preparo e execução. Foi quando ouvi algo como: "Sabe quanto tempo demora um ano? Pergunte a um aluno que acabou de saber que foi reprovado; Sabe quanto tempo demora um mês? Pergunte a um presidiário. Sabe quanto tempo demora um minuto? Pergunte aos jogadores de um time que perdeu o campeonato no último minuto do jogo. Sabe quanto tempo demora um segundo? Pergunte a um corredor que acabou de não bater o recorde mundial. Sabe quanto tempo demora pra fazer um risoto? Vinte minutos!

Só? Não haveria de ser tão complexo quanto minha imaginação pintava. Como a maioria das atividades, um bom planejamento facilita bastante a execução. Fiz pesquisas, conversei com chefs e cozinheiras, meu primeiro risoto não poderia ser qualquer risoto. Fugi do italiano tradicional de pêra com gorgonzola e nozes, ainda não engulo muito bem a inclusão de frutas no prato principal, preciso evoluir nesse quesito.

A decisão foi unir França e Itália, rivais como Brasil e Argentina dentro e fora dos gramados, em uma receita fina e saborosa. Rúcula, Presunto Parma, Queijo Camembert e Arroz Arbóreo, poucos ingredientes diante do resultado esperado. Isso após descobrir que Brie e Camembert são praticamente o mesmo queijo, mudando apenas a região francesa de produção. Eu usei um recurso que a grande maioria dos cozinheiros não profissionais não podem contar, uma assistente extremamente experiente, com a teoria na ponta da colher e a prática viva em muitas memórias passadas aos domingos em família.

A belga Leffe em parceria com a nacional Confraria davam o toque gourmet da harmonização perfeita. Faça um risoto como qualquer outro, adicione a rúcula e o presunto parma no final do processo, logo após desligar o fogo. Dê uma rápida misturada e finalize com parmesão e manteiga para dar a consistência típica:


Compre uma lata de queijo para cada 2 pessoas, divida-o em 2 partes e grelhe ambas com a casca pra baixo. Essa parte do processo é rápida, faça por cinco minutos antes que o risoto fique pronto:


Capriche na apresentação com dois galhos de alecrim e "buon appetito!"

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