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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Não faltam motivos pra pensar assim

Pouco mais de um ano e meio na ponte aérea, considero que demorou bastante para que problemas acontecessem. O primeiro ocorreu dois meses atrás, por um erro deste que vos escreve. Visando redução de custos, geralmente compramos as passagens alternadas, sempre aos pares. Em uma dessas, simplesmente comprei errado. A tarifa chamada programada não inclui misericórdia, errou, "ferrou".

O segundo foi hoje pela manhã, esse sim um problema da empresa aérea. Poucos minutos após ter anunciando o início dos procedimentos de descida rumo a Congonhas, o comandante pede a palavra novamente: "Atenção passageiros, devido a um problema técnico no freio automático, pousaremos em Guarulhos. Peço desculpas pelo inconveniente." Imaginei que a reação inicial seria o medo, afinal é bastante razoável imaginar a importância de um bom freio para o pouso de um gigante de aço a centenas de km/h. Enganei, não houve praticamente nenhuma reclamação mais veemente, daquelas quando o juiz expulsa injustamente o craque do seu time em plena decisão.

Embora cabeça dura assumido, não costumo questionar argumentações técnicas em áreas que não detenho conhecimento suficiente. Se um médico determina um diagnóstico meu ou de qualquer outra pessoa, não duvido. Faço perguntas, sou curioso, gosto de entender um pouco de tudo, mas não penso que ele está errado, não questiono duvidando do profissional. O mesmo comportamento tenho com dentistas, advogados e mecânicos, entre outros. Obviamente, sendo brasileiro com muito gosto, temos um pé mais atrás que os demais, afinal temos bem mais picaretas que a média mundial, mas esse é outro tema.

Pouso executado com perfeição, com o freio, manual ou automático, funcionando perfeitamente. Nenhuma palavra sequer acerca do problema, outro singelo pedido de desculpas feito, vinte minutos esperando uma vaga, ônibus da Infraero e, enfim, o desembarque. Outro ônibus até Congonhas, um táxi ao Brooklin, meu carro até Alphaville. Duas horas pensando na minha experimentação de modais matinal, questiono: "Quem sabe a GOL não precisava de um avião em Guarulhos?"

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