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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Um clássico que esquenta e alimenta

Ontem decidi fazer algo que já gostaria de ter feito a um tempo, encarar a famosa sopa de cebola do Ceasa em São Paulo. Ouvi tanto da sopa que tinha certo medo dela, talvez desenvolvesse um vício compulsivo, não conseguisse viver mais sem ela, sei lá. Além do forte frio que atingiu a capital paulistana essa semana, a proximidade de casa também ajudou a sair direto do trabalho e fazer uma escala antes de por as meias de lã e mergulhar no edredon.

Experimentei uma sopa de cebola pela primeira vez num bistrô francês, como imagino que boa parte das pessoas que já provaram uma tenham feito. Le Cordon Bleu, um clássico parisiense. Sempre cara e deliciosa, sempre uma porção muito pequena. Os bistrôs mais elegantes de São Paulo estão localizados nos Jardins, no Itaim ou em algum outro bairro da zona sul. A mais famosa, no entanto, está um pouco mais a oeste da cidade, aqui do meu lado, na Vila Leopoldina. Antigo bairro industrial, a Vila vêm sofrendo profundas transformações nos últimos anos, passando a ser grande atrativo para viver em um bairro com cara de interior, recheado de serviços e comércio de todo tipo.

O entreposto Ceagesp é o local onde a famosa sopa é servida desde a década de 70. Pelo pouco que li, era o pós-balada da época. Talvez papel similar ao que hamburguerias e temakerias desempenham atualmente. A origem deve mesmo ter sido juntar restos de ingredientes calóricos ali comercializados para cozinhar algo que esquentasse as frias noites dos que ali trabalhavam. Um dos maiores "boca-a-boca" já registrados na história paulistana fez o resto, espalhou a fama que a sopa ostenta hoje.

Vale muito a pena! O local é simples e nem podia ser diferente, você está no maior entreposto de verduras, legumes e frutas do país, quiçá da América Latina. O atendimento é diferenciado, suspeito que o treinamento dos garçons inclua a matéria "história" daquilo tudo ai. São muito educados e atendem muito bem, deixam você à vontade como muitos que trabalham em restaurantes que cobram três dígitos o prato não conseguem. Você pode tomar um vinho chileno enquanto degusta a sopa, até mesmo uma taça se estiver sozinho. Pode chegar meia-noite de terça a quinta, às 2 ou 3 da manhã sexta e sábado que vai ter uma quentinha te esperando. Não gosta de cebola? Peça uma de mandioca ou de legumes. Aceitam todos os cartões, exceto Amex. E o preço? R$ 15,00 em uma cumbuca 4 ou 5 vezes maior que aquela com a qual você está acostumado nos bistrôs. Infelizmente não tenho fotos do local, da sopa, do ambiente. Meu iPhone me deixou na mão depois de mergulhar no Caribe, estive lá ontem com um Startak de backup. Como voltarei outras vezes fiquem tranquilos, atualizarei o post com imagens. No caso de uma iguaria como essa, elas podem falar mais ao seu estômago que minhas palavras.

Um comentário:

  1. Fê, que bacana! Faz tempo que eu quero ir até lá provar a sopa... agora já tenho referência. Beijo.

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