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sábado, 13 de março de 2010

Orlando para maiores: 12 anos depois

Voltei da terra florida na semana passada, bastante surpreso com a gestão Mickey Mouse. Orlando é a segunda cidade mais visitada do mundo, atrás apenas da cidade luz, Paris. Na busca do brilho nos olhos de crianças afortunadas de todo o mundo, os investimentos não param e o efeito colateral é uma cidade onde todos, crianças, adolescentes, adultos e o pessoal da melhor idade encontram bons programas. É uma pena que nós, brasileiros, concentremos grande parte do nosso tempo nos templos de consumo, pra depois desembarcar em Guarulhos e fazer sofrer o pobre carrinho do aeroporto, marcar “Nada a declarar” e começar a rezar.


Não faltam excelentes restaurantes, centros comerciais, outlets, além de uma interminável lista de eventos diversos para entreter americanos e estrangeiros. Adiciona-se a todos esses programas a qualidade impecável da prestação de serviços, algo que eu pessoalmente valorizo muito, ao custo de 18% a 21% sobre o valor da conta, “suggested gratuity”.

Não sou agente de turismo, mas aprendi algo de extremo valor com a dona do órgão que bombeia meu sangue por toda minha carcaça. Anotar exatamente tudo, com o máximo de detalhes. Acredite, por mais que a experiência tenha sido incrível, você não conseguirá nem sequer fazer sugestões a um amigo algumas semanas depois de desfazer as malas. Ontem um grande amigo me pediu esse favor, que prontamente atendi. Foi quando dei conta das possibilidades que a cidade oferece a quem tem a coragem de deixar de ir a um outlet por alguns dias.

Os outlets realmente são bons, tentadores eu diria. Contei a um casal americano sobre nossos preços de mercado, especialmente sobre nossa carga tributária. Aposto que a primeira coisa que fizeram quando voltaram a D.C. (Washington) foi pesquisar no Google pra ver se não tinham conhecido um índio albino e mentiroso.

Os parques dispensam comentários, fantásticos mundos paralelos. Fiquei impressionado com o número de idosos simplesmente passeando no parque em um dia qualquer. Eles têm essa cultura, de usar as áreas de lazer, algo bem estranho. Já não agüentamos mais ficar o dia inteiro em um parque de diversões, mas é uma experiência ímpar. Meu caro amigo, vá sim ao Magic Kingdom. Se precisar de ajuda por lá, te passo o telefone do RIP


Restaurantes de especialidades globais, premiados ou não, atendem àqueles com medo da batata frita, pizza e hambúrguer todo santo dia. Italiano, chinês, espanhol e havaiano (sim, existe!) são algumas das cozinhas que experimentei por lá, todos excepcionais nos quesitos atendimento, qualidade, ambiente e sofisticação. Chegue cedo, americano janta antes do Jornal Nacional.

Acho que conseguimos fugir um pouco do tradicional e descobrimos interessantes opções que Orlando oferece: tiros curtos de no máximo duas horas pra cidades próximas e um cruzeiro relâmpago no caribe.

A Flórida era um imenso pântano e os americanos aproveitaram muito bem essa aparente desvantagem da região. Muitas cidades têm um lago, barcos, áreas de lazer e esportes, bares, restaurantes, o que torna uma simples cidadezinha um local muito agradável para visitar. St Petersburg e Mount Dora são dois belíssimos exemplos que valem a viagem.


A pequena e histórica St Augustine merece um parágrafo só pra ela. Você leu isso mesmo, uma cidade histórica em plena terra do tio Sam. Essa pequena “vila” é considerada a primeira cidade norte americana. Na minha humilde ignorância, algum britânico teria chegado ali por volta de 1500. Um empresário local me contou a seguinte história com bastante entusiasmo: Embarcações espanholas com destino a América Central, pós descobrimento em 1492, avistaram pela primeira vez aquela terra desconhecida, a qual nomearam Florida devido à abundância de flores presentes. Talvez por medo do desconhecido ou mesmo para manter o curso original, resolveram não jogar a âncora. O primeiro oficial de tal expedição então organizou, anos mais tarde, sua própria embarcação para explorar aquela terra tão bonita e inexplorada. O espanhol Menendez de Aviles e sua tripulação foram os primeiros a pisar ali, onde eu naquele momento me deliciava. Sim, os espanhóis chegaram antes dos ingleses. Logicamente era de se esperar, mas eu realmente desconhecia detalhes dessa história. É um típico pedaço europeu em solo americano. A cidade é pequena, charmosa, acolhedora, ruas estreitas e sem calçadas nos remetem ao velho mundo, imperdível, uma maravilha.


O cruzeiro, embora curto, foi minha primeira experiência em uma cidade flutuante, portanto merece um post exclusivo. Uma amostra grátis pra aguçar os sentidos:



Orlando despontou em função do mundo encantado da Disney, mas atualmente oferece muito mais que montanhas russas e filmes 3D. Uma viagem para qualquer pessoa, de qualquer idade, em qualquer momento da vida, e com bom custo-benefício para o bolso brasileiro. Uma pitada de economia para facilitar as coisas: dólar recua pelo quarto dia consecutivo e acumula perdas de 1,23% na semana (12/março). É só aproveitar!

Um comentário:

  1. Q bom q vc curtiu minha nova terra!
    Mas para mim q estou morrendo de saudade do meu chopp Devassa, da minha Pizzaria Guanabara e do meu Koni ainda chamo isso aqui de HORRORLANDO. Tudo fecha muito cedo! E eu gosto da madrugada...
    Um beijo

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